
O Surgimento do Rock e sua evolução para o Progressivo – Parte 2
Por Jacques Finster
O Fim
Conforme abordei na primeira parte, o progressivo virou excessivo. Os artistas precisavam ser profundos, complexos e “viajões”.
Por volta de 1976, no Reino Unido, Malcolm Mclaren iniciou um movimento cultural para vender suas roupas. Calças rasgadas, cabelos arrepiados, alfinetes nas bochechas. Tudo isso embalado por garotos da classe operária sem instrução, cheios de raiva e que queriam uma cultura visceral novamente e contando com o apoio da mídia, que outrora defendia o progressivo.mas que agora o taxava de pretensioso, soberbo, opulento e com solos intermináveis e virtuosismo assexuado, fazendo com que o estilo fosse ridicularizado. Chegaram a afirmar que o progressivo nem era rock.
A partir do início das décadas de 1990 ele voltaria nichado, embora em 1982 uma banda que copiava o Gênesis apareceu fazendo muito sucesso, contra tudo e todos, o Marillion.
Conclusão:
O impacto do movimento hippie na cultura e na música não pode ser mensurado. Pela primeira e única vez a cultura pop ocidental materialista e sensualista (onde a beleza física, dança, sexo, agressividade, canções simples, refrões pegajosos), deram lugar a uma cultura idealista, espiritual, complexa e erudita.
Artistas pop como Ronnie Von, e até uma “boy band” da época, The Osmonds, fizeram discos progressivos. O Jethro Tull chegou a tocar 5 noites seguidas no Los Angeles Forum para um total de 100 mil pessoas em 1973 e o terceiro disco mais vendido da história é o álbum The Dark Side of the Moon do Pink Floyd. Bandas pesadas como Led Zeppelin e Black Sabbath flertaram com o estilo e até o Kiss em 1976 com o álbum Destroyer, tinha momentos de progressivo, em um mundo cada vez mais consumista, onde os shows de entrega de prêmios mais se parecem com um concurso de beleza ou de casas de sexo. Será que um dia esses valores voltarão?
Sobre o autor:
Jacques Finster iniciou sua carreira musical aos três anos de idade, cantando na rádio no programa do saudoso Clésio Búrigo. Teve várias bandas, trabalhos solo, lecionou e produziu eventos culturais. Teve um programa de variedades na Net e foi colunista do jornal “A Tribuna”.
Confira seu trabalho solo “My World” em youtube.com/@jacquesfinster6212