Criciúma viveu pelo menos dois momentos marcantes de política expansionista. O primeiro foi em 1901, quando o então prefeito de Urussanga, Jacinto De Brida, que havia assumido logo após a criação do município em 1900, sugeriu anexar ao seu território as colônias italianas vizinhas: Azambuja e Criciúma. Para isso, organizou reuniões com as duas comunidades.

Em Azambuja, a decisão foi repassada ao Conselho Municipal de Tubarão, que nunca chegou a se pronunciar. Já em Criciúma, insatisfeita com o descaso de Araranguá, a comunidade acolheu a proposta e incentivou que o processo avançasse.

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Tudo indicava que a anexação seria concretizada, mas a forte oposição dos políticos de Araranguá, liderados pelo influente Coronel João Fernandes, fez com que a iniciativa fosse barrada.

O segundo momento foi em 1925, quando o Congresso Catarinense passou a debater a emancipação do distrito de “Cresciúma”. Para embasar o processo, foi elaborado um mapa do futuro município, que acabou incorporado à lei emancipatória. 

Após a emancipação e a posse da primeira administração, liderada por Marcos Rovaris, uma das primeiras visitas oficiais foi justamente à comunidade de Hercílio Luz. A recepção foi calorosa, mas a comitiva constatou as péssimas condições da estrada e da escola local. 

Enquanto isso, o Coronel João Fernandes articulava nos bastidores do Congresso Catarinense para alterar os limites territoriais entre Araranguá e Criciúma. Sua pressão política prevaleceu e Hercílio Luz retornou ao território de origem.

Indignados, Marcos Rovaris e Pedro Benedet ainda solicitaram indenização pelos investimentos feitos na estrada e na escola, mas não obtiveram resposta, restou apenas observar a balsa que ligava Hercílio Luz a Araranguá.

Realização: Rádio 92 Rock Pop
Texto e produção: Manu Justino
Produção de vídeo: Igor Fontana

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Capítulo 054: A Hercílio Luz de Criciúma

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